Endometrioses e Tratamentos
Por: Dr. Rogério Tadeu Felizi – Médico ginecologista especialista em cirurgia minimamente invasiva, videolaparoscopia e cirurgia robótica
As teorias para o aparecimento da endometriose incluem menstruação retrógrada, disseminação linfática ou hematogênica de células endometriais, metaplasia celômica, fatores genéticos e imunes.
Das mulheres diagnosticadas com endometriose pélvica, aproximadamente 1 a 2% apresentam endometriose no trato urinário, mais comumente endometriose da bexiga. A endometriose do ureter ocorre em aproximadamente 0,2 – 0,5% das mulheres.
Os principais sintomas das mulheres com endometriose na bexiga ( vesical ) são:
– Disúria
– Urgência urinária
– Polaciuria ( aumento da freqüência miccional ).
A avaliação diagnóstica de mulheres com suspeita de endometriose da bexiga inclui:
– História clínica ( disuria , polaciuria e urgência meccional )
– Exame físico
– Exame laboratorial ( excluir infecção do trato urinário )
– Exames de imagem ( ultrassonografia vias urinárias e pelvico , ressonância magnética, urografia excretora e cistoscopia )
– Biópsia muitas vezes é necessária para excluir a malignidade.
O tratamento da endometriose da bexiga:
– Clinico medicamentoso ( analgésicos , contraceptivos orais , SIU- Leng )visa a melhora de sintomas; mulheres assintomáticas podem ser observadas.
– Cirurgia para mulheres que falha ou contra-indicações para terapia médicamentosa ou que tenham hidronefrose e hematuria macroscópica.
A endometriose ureteral pode estar dentro da parede do ureter (intrínseca) ou envolver o peritoneo subjacente (extrínseco). Mais de metade destas mulheres são assintomáticas; outras podem apresentam dor ou hematúria macroscópica. Ambas as formas podem causar estenose e obstrução ureterais. A hidronefrose em pacientes assintomáticos pode resultar em perda silenciosa da função renal.
A avaliação diagnóstica de mulheres com suspeita de endometriose uretral inclui testes laboratoriais para avaliar a função renal e excluir a infecção do trato urinário e ultra-som pélvico e vias urinarias para avaliar lesões ureterais e hidronefrose. A cistoscopia é realizada para excluir lesões da bexiga. Outros exames utilizados para identificar endometriose no ureter são a ressonância magnética e a urografia excretora , estes permitem identificar a localização e extensão exata das lesões.
O tratamento da endometriose ureteral é cirúrgico, uma vez que a terapia médicamentosa não demonstrou ser eficaz no alívio da obstrução causada pela endometriose.
O primeiro passo no tratamento cirúrgico da endometriose ureteral é a ureterolise ( liberação do ureter dos tecidos adjacentes e peritoneo ). O tratamento cirúrgico subsequente pode incluir ressecção de um segmento do ureter com anastomose ou com implante do ureter na bexiga. As lesões do terço inferior do ureter normalmente requerem ressecção e reimplante do mesmo na bexiga.
A taxa cumulativa de complicações cirúrgicas após o tratamento da endometriose ureteral varia em torno de 15%. A maioria das complicações incluem persistência ou recorrência de estenose ureteral, fístula ureteral ou uretero-vaginal.
A endometriose que acomete as vias urinarias geralmente tem o diagnóstico tardio por apresentar sintomas inespecíficos como disuria , polaciuria e hematuria, frequentemente tratadas como infecção do trato urinário.
A endometriose de vias urinarias deve ser investigada corretamente através de exames de imagem como ressonância e urografia para definição exata do local e tamanho das lesões para o planejamento terapêutico.
O tratamento frequentemente é cirúrgico com ressecção das lesões e necessita de equipe multidisciplinar ( ginecologista e urologista ) por tratar de cirurgias complexas. Atualmente a via preferencial na abordagem da endometriose de vias urinárias é a videolaparoscopia / cirurgia robótica pois permite movimentos mais precisos e maior segurança.
Atenção :
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